Criança estava na casa da
madrinha enquanto os pais trabalhavam
A pequena Jennifer
dos Santos, de apenas 5 anos, morreu nesta terça-feira (13) no bairro de Portão,
em Lauro de Freitas, após uma marquise cair sobre suas costas numa área externa
da casa da madrinha, Cleuma Rodrigues dos Santos, 42. O peso da caixa d’água de
mil litros que estava sobre a marquise ajudou a estrutura a sucumbir.
O desastre na cidade
da Região Metropolitana de Salvador aconteceu pouco antes das 8h e três pessoas
estavam com a menina naquele momento: a madrinha, a tia materna e outra criança
de 10 meses. Nenhuma das testemunhas ficou ferida, apesar de muito abaladas
emocionalmente.
O CORREIO foi até ao
local do acidente onde a estrutura de concreto e a caixa d’água estavam caídas.
O impacto foi tão forte que abriu um buraco no chão do ajuntamento de casas,
uma área comum entre as seis famílias que vivem ali.
“Estava eu, a tia
dela, a bebezinha e ela [Jennifer]. Ela estava brincando com a bebê no
carrinho, eu estava de costas na lavanderia limpando a geladeira. Não ia
imaginar. Foi tudo muito rápido, caiu tudo de vez. A gente conseguiu pegar a
bebê, mas ela não. A gente gritou socorro e veio um monte de vizinho ajudar,
todos os homens dessa rua, para suspender a marquise e tirar ela dali debaixo”,
relatou a madrinha.
Segundo a madrinha,
Jennifer começou a ficar em sua casa durante a pandemia para que os pais
pudessem ir trabalhar. A mãe, Edinalva, é empregada doméstica, e o pai,
Jocivaldo dos Santos, 36 anos, trabalha em um depósito de materiais de
construção. Quem tomava conta de Jennifer era a tia, para que a madrinha,
também empregada doméstica, pudesse ir ao trabalho. “A tia olhava a minha
[filha], a bebê e ela [Jennifer] para a gente trabalhar”, disse Cleuma dos
Santos. Na manhã de hoje, Cleuma não foi ao trabalho para esperar a filha, que
voltava de viagem.
Assim que conseguiu
ser tirada debaixo da marquise com ajuda dos moradores, Jenifer foi levada ao
Hospital Geral Menandro de Faria. Porém, 30 minutos após de chegar a
unidade de saúde, a menina não conseguiu resistir por conta de traumatismo no
crânio e sérias fraturas no tórax e pernas.
O caso está sendo
investigado pela 34ª Delegacia Territorial (DT). A madrinha e o pai já foram
ouvidos. As próximas oitivas serão do motorista que deu socorro à criança, a
mãe, que ainda não teve condições de dar depoimento, e o responsável pela
construção da marquise. Engenheiros foram até a casa da madrinha, na tarde
hoje, para fazer a perícia da estrutura.
A delegada titular da
34ª DT, Andrea Arrais, informa que não há indícios, nesse primeiro momento, de
homicídio doloso, caracterizado quando há intenção de matar. “A gente não vê
uma situação dolosa no fato. Eles tentaram de todas as formas prestar o
socorro, mas o impacto foi muito violento”, explicou Arrais. A delegada aguarda
o laudo pericial dos especialistas para conclusão do inquérito.
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