É o primeiro registro no
Brasil do Candida auris, localizado em paciente internado em UTI
Tudo indica que um
superfungo acaba de entrar no país e o primeiro caso foi identificado em um
paciente internado numa UTI de hospital privado da Bahia. Resistente a quase
todas as medicações existentes, o Candida auris tem levado preocupação em todo
o mundo por sua alta taxa de mortalidade, chegando a 60%, e sua possível
chegada por aqui gerou um alerta de ameaça pública emitido pela Anvisa nesta
segunda-feira (7).
O aparecimento deste
fungo justo agora, na segunda onda da pandemia, é uma grande preocupação porque
ele é de difícil desinfecção e pode causar surtos hospitalares. Como o
caso ainda faz parte de um inquérito epidemiológico, o nome do hospital foi
mantido em sigilo. O CORREIO apurou, no entanto, que o caso teria
acontecido no Hospital da Bahia, em uma pessoa de 59 anos e que faz
tratamento de diálise. A vítima havia sido internada devido à
complicações da covid-19.
O fungo foi
detectado na última sexta-feira (4), sendo inicialmente observado pelo setor de
microbiologia da unidade de saúde particular. Até o momento, o paciente
infectado tem saúde estável, segundo informações da Secretaria de Saúde da
Bahia (Sesab), que está de olho no caso. Ainda conforme a Anvisa, o fungo foi
encontrado em uma amostra de ponta de cateter, e depois confirmado tanto pelo
Lacen-BA quanto pelo Laboratório do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
O Candida auris é
capaz de causar infecção na corrente sanguínea, pode provocar feridas e é
especialmente fatal em pacientes com comorbidades. Ele é preocupante, ainda,
porque fica impregnado no ambiente por longos períodos — de semanas a meses — e
resiste até mesmo aos mais potentes desinfetantes. Por causa desta dificuldade
de eliminação e por ser facilmente confundido com outras duas espécies,
demorando na sua identificação, o fungo tem propensão a gerar surtos.
Em pronunciamento
nesta terça-feira (8), o infectologista Antônio Bandeira, da Diretoria de
Vigilância Epidemiológica (Divep/Sesab), fez um pronunciamento. Veja o vídeo:
Não se sabe ainda se
este é mesmo o paciente nº 1 com o fungo no país. Uma investigação foi
instaurada para checar se existe contaminação entre pessoas do serviço de
saúde.
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