O futuro político de Eunápolis é como uma estrada cheia de curvas, numa madrugada sombria e nebulosa

O futuro político de Eunápolis, no extremo sul da Bahia, ainda é uma incógnita. Alguns prefeituráveis já demonstraram seus interesses em concorrerem às próximas eleições, em 2024.

A chamada “terceira via” foi apenas uma criação de algum sonhador, como uma força que peitaria Robério Oliveira e Paulo Dapé, colocando o ex-prefeito Neto Guerrieri como cabeça de chapa, acompanhado da Sra. Marisa Carleto. O grupo político teria apoio dos descontentes com Robério e com a atual gestão, mas tudo não passa de rumores, porque o futuro é uma nebulosa impenetrável.

Neto Guerrieri foi eleito prefeito pela força política de Robério. Foi um bom prefeito e fez sua parte, porém as más línguas dizem que ele não está disposto a investir um tostão em uma possível campanha, ou seja, só entra na barca se esta for provida de “potentes motores”.

Robério perdeu as eleições, mas demonstrou uma força política extraordinária com a votação expressiva que elegeu sua esposa Cláudia Oliveira, deputada estadual, entretanto paira sobre ele a possibilidade de uma impossibilidade eleitoral, se é que me entendem. Caso ele seja impedido, as chances dele eleger seu candidato se reduzem drasticamente, e para amenizar isso, talvez ele aponte sua filha ou a esposa Claudia, mas tudo isso são apenas conjecturas, mesmo porque Claudia dá indícios que pretende concorrer novamente em Porto Seguro, onde foi prefeita.

O poder excessivamente centralizador imposto por Dapé causou muitos estragos no seu grupo e uma certa, digamos, rejeição à prefeita. Entretanto Cordélia terá fortes chances se Robério for impedido e muito mais chances se conseguir verbas suficientes para concluir ou realizar obras que possam chamar a atenção do eleitorado, aí sim, sua reeleição estaria garantida. As chances aumentarão ainda mais se a gestão fizer mudanças radicais na equipe da comunicação, com inclusão de pessoas competentes que realmente entendam do assunto.

Neto Carletto foi eleito deputado federal com uma massa extraordinária de votos e para isso, com certeza, fez conchavos políticos e promessas que precisam ser cumpridas. Seria muita estupidez dele abandonar o cargo para concorrer à prefeito de Eunápolis. A credibilidade dele iria pro ralo. Se ele apontar alguém, mesmo que seja da família, tem que saber que o povo eunapolitano tem uma característica própria nas eleições. O Neto Carletto, com certeza, num futuro próximo, será prefeito da cidade, mas agora talvez não seja o momento.

Jorge Maécio, presidente da Câmara de Vereadores de Eunápolis. Foto: reprodução do AGazetaBahia

Jorge Maécio, atual presidente da Câmara de Vereadores de Eunápolis, junta características de um forte prefeiturável, embora não admita. Bem instruído politicamente, conhecedor dos problemas da cidade e homem de confiança do grupo Carletto, poderia ser a pedra no sapato de muita gente.

Ramos filho tem se mantido aparentemente neutro, na surdina, a menos que esteja agindo pelos bastidores. O Robério Oliveira também não se manifestou, mas tem aparecido em eventos, acenando e abraçando as pessoas.

Fontes ligadas à Bel Checon afirmam que ela desistiu completamente de política. Será?

Isaque Boa Ventura, petista, nutre um sonho de um dia ser prefeito, mas a história do partido em Eunápolis não garante uma previsão muito otimista. Ele se sairá melhor, se apoiar alguém, mas se sair candidato, terá que mover pedra sobre pedra, para alcançar seus objetivos. Apoio do governo petista, com certeza ele terá e isso ajuda muito.

O sonhador Gabriel Delane é outro caso que precisa ser estudado. Bolsonarista declarado, poderá ter apoio do grupo seguidor do ex-presidente.

O ex-vereador Jota Batista navega em águas tranquilas, sem se manifestar publicamente, embora todos saibam que ele almeja o cargo de prefeito. Seria ele pré-candidato, ou quem apoiaria?

Pedro Vailant, o homem que trouxe a Veracel, que serviu de mola de impulso para o crescimento de Eunápolis, precisa ser levado a sério. Sonhador e atuante, com ideias otimistas e empreendedoras, que chegou em Eunápolis quando a cidade estava preste a sucumbir pelo fechamento das serrarias e precária agropecuária. As pessoas têm memórias fracas, então é preciso lembrar que a chegada da Veracel proporcionou mudanças radicais. A arrecadação municipal que não chegava a 1 milhão de reais, saltou para 20 vezes ou mais. Pedro Vailant poderia ser uma ótima opção, mas a sua eleição precisaria de muito apoio e união de partidos políticos que sonham que mudanças realmente radicais.

Eunápolis é uma cidade cheia de problemas que precisa de pulso forte e inteligência administrativa. Em quem você aposta?