O presidente do
Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), desembargador Lourival Trindade, exonerou
a servidora Carla Roberta Viana de Almeida do cargo de assessor de
desembargador da Corte. Ela é esposa do advogado Júlio César Cavalcanti,
delator no âmbito da Operação Faroeste, que investiga esquema de venda de
sentenças no Judiciário baiano.
Carla era assessora
da desembargadora Lígia Ramos e sua colaboração com o Ministério Público
Federal (MPF) foi um dos fatores que levou à prisão da magistrada nas 6ª e 7ª
fases da Faroeste, deflagradas no último dia 14 de dezembro. Atualmente, ela é
testemunha protegida da Justiça.
A servidora
comissionada revelou aos investigadores a existência de uma “agenda rosa” com
processos de interesse da suposta quadrilha comandada pela juíza. Ela também
relatou ter sido intimidada pela desembargadora a apagar provas de seu
envolvimento com a venda de decisões judiciais.
Carla contou que
Lígia teria ido pessoalmente à residência dela, no intuito de pedir que fossem
apagadas as listagens de processos “que ela pedia preferência” – isto teria
acontecido após a magistrada saber pela imprensa do acordo de colaboração
premiada firmado por Júlio César.
Os dados estariam
guardados no computador de um assessor, Danilo Arthur de Oliva Nunes. Ele
também foi exonerado do cargo, no mesmo dia em que Carla, conforme publicação
no Diário Oficial de Justiça desta segunda (21). Segundo a colaboração, a
desembargadora teria pedido que os registros fossem excluídos da máquina “antes
da chegada dos demais servidores”.
Lígia teria afirmado
que possuía informações privilegiadas de que mais uma etapa da força-tarefa da
Faroeste seria deflagrada e, portanto, o gabinete dela poderia ser alvo.
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