Cepas são mutações do
coronavírus e têm índices de transmissão maiores; secretaria pede rastreamento
de contatos
A Superintendência
de Vigilância e Proteção à Saúde, da Sesab, emitiu, nessa quinta-feira (4), um
alerta para todas as unidades de saúde da Bahia sobre a disseminação, de forma
comunitária, das variantes do coronavírus do Reino Unido e de Manaus no estado.
De acordo com o comunicado, na quarta-feira (3), o Laboratório de Vírus
Respiratórios e Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (lOC/Fiocruz) e a Central de
Saúde Pública da Bahia (Lacen) notificaram a identificação, através de
sequenciamento, de mais casos da variante Sars-CoV-2 P.1 da linhagem B.1.1.28,
de Manaus, e da variante Sars-CoV-2 VOC 202012/01 da linhagem B.1.1.7, do Reino
Unido, em amostras provenientes do estado da Bahia.
As duas variantes são consideradas de risco por causa das mutações que apresentam e
estão diretamente relacionadas a um aumento de transmissibilidade e maior
gravidade dos quadros e risco de morte.
O alerta da Sesab
pede que unidades notificadoras fortaleçam as atividades de controle da
covid-19, se mantendo atentas aos atendimentos dos casos suspeitos e
realizando a notificação tanto dos suspeitos, quanto dos confirmados, atentando
para o rastreamento dos contatos de todos os casos.
A Sesab pede ainda
que a população seja orientada em relação às medidas de controle e prevenção
como o isolamento domiciliar da pessoa que estiver com suspeita ou em período
de transmissão da doença, além de outros cuidados que já fazem parte do nosso
dia a dia, mas que precisam ser sempre lembrados, como a lavagem frequente das
mãos com água e sabão e/ou álcool em gel a 70%, além do uso obrigatório de
máscara e o distanciamento social. O comunicado é assinado pela
coordenadora do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde,
Talita Moreira Urpia.
Análise mostra risco maior da variante de Manaus
Segundo o comunicado, até o dia 3 de março, foram confirmados 17 casos da
variante P.1 de Manaus, na Bahia. Os casos estão relacionados com os municípios
de Salvador, Amargosa, Itabuna, Santa Luz, Irecê, João Dourado e Lauro de
Freitas. Ainda de acordo com o alerta, 10 casos (58,8%) precisaram de
hospitalização, e três (17,6%) pacientes morreram.
Desde o começo de fevereiro deste ano, a cepa de Manaus
está presente no território baiano.
Um estudo do final de fevereiro, coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz) Amazônia, constatou que a carga viral de pacientes contaminados pela
cepa P.1 é bem maior do que em pacientes com outras cepas que circulam no
Amazonas.
De acordo com a pesquisa, ainda não oficialmente publicada, mas disponível na
plataforma Research Square, o aumento da quantidade de vírus no nariz e na
garganta amplia a possibilidade de transmissão.
Já em relação à variante B.1.1.7 do Reino Unido, o alerta da Sesab diz que até
3 de março de 2021, foram notificados nove casos, sendo seis confirmados e três
ainda em análise. Nesse caso, os municípios que apresentaram essa variante
foram Salvador, Feira de Santana, Ilhéus, Itapetinga e Lauro de Freitas.
Ainda segundo o comunicado, nenhum dos casos confirmados pela varianre
britânica necessitou de hospitalização, e todos estão curados.
No dia 17 de fevereiro, a Sesab
anunciou a detecção de transmissão comunitária na Bahia da variante britânica.
Na ocasião, o resultado foi apresentado após o sequenciamento genético da
amostra de um homem de 62 anos, residente em Salvador, sem histórico de viagem
ao exterior, nem contato com pessoas com esse perfil.
Foto: (Arisson Marinho/Correio)
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